segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Seminário: Literatura e Colonização de Sergipe



O seminário foi ministrado por Magno Costa, Maria Aline Matos, Mayara Santos, Mislene Batista, Taís Danielle e Luciano Filho. A apresentação do seminário foi realizada na quinta-feira, 17 de novembro de 2011, na Didática três na sala 110, no horário das 19h e 57min às 20h e 49min.
O grupo utilizou os seguintes recursos na apresentação: Vídeo, apresentação oral, folder.
O grupo explicou sobre o livro “A Fúria da Raça” escrita por Ilma Fonte Mendes, possui 306 páginas, por se tratar de roteiro cinematográfico está dividido em cenas em vez de capítulos. Nas cenas podem ocorrer diálogos entre os personagens, ou então a descrição dos cenários e ou dos personagens que atuam em silêncio. A linguagem utilizada pela autora é simples e de fácil entendimento, além de se tratar de uma leitura atrativa e empolgante.
A Fúria da Raça relata detalhadamente os primeiros passos dos jesuítas que tinham o intuito de converter os povos do novo mundo e assim garantir a expansão do decadente catolicismo. A contra reforma aproveitou para ganhar forças catequizando os esquecidos índios do novo mundo, através dos jesuítas que levariam a palavra de deus. O roteiro mostra dois jesuítas que lutam bravamente contra as dificuldades impostas por índios indomáveis, por portugueses que buscam escravos e por fazendeiros que vêem neles uma ameaça à colonização de Sergipe. Os jesuítas vendo os índios cativos serem escravizados pelos portugueses tentam a todo modo evitar o fato e chegam até a mandar cartas ao rei de Portugal e ao governador da província para que estes possibilitem a conquista da terra pela catequese e não pela espada. Dois novos jesuítas chegam a ser mandados pelo governador da província para intensificar a catequese, mas estes são mortos pelos índios rebelados já que estes não confiavam mais nos padres e os viam como porta vozes dos portugueses, apenas interessados em escravizá-los.
O roteiro retrata bem a relação entre os índios, os fazendeiros e os jesuítas. Como a criação de gado não era tanto lucrativa, os fazendeiros buscavam enriquecer com o tráfico de índios da região. Porém os jesuítas os protegiam nas aldeias, deixando os patrícios furiosos. Estes viam os padres da santa fé como um empecilho à colonização da região e os queriam fora, chegando a apelar com cartas ao governador, o mesmo fazendo os padres. Os jesuítas sabiam desse interesse pelo tráfico escravocrata e intensificavam a proteção aos índios, criando um conflito que resultou no extermínio de milhares deles. Após o assassinato dos dois novos padres jesuítas e de 150 soldados pelos índios rebelados, Cristóvão de Barros é enviado no comando de uma tropa que extermina as aldeias de Aperipê e Serigy, que eram os mais temidos da região. Dessa maneira, o território de Sergipe estava livre para a colonização portuguesa e para o domínio dos patrícios.
Os costumes nas aldeias indígenas e a relação destas com os portugueses e com os jesuítas são notados ao decorrer do roteiro Apesar dos padres sempre estarem contra o aprisionamento dos indígenas, estes começam a perder a confiança neles quando se vêem aprisionados pelos portugueses e relacionam os jesuítas como traidores. Ao notarem que os portugueses reuniam uma imensa tropa para invadir seu território, as aldeias começam a se juntar ao foco de maior resistência que era Aperipê, o temido chefe da resistência. Apesar da união de forças, grande parte dos indígenas é dizimada pelo exército de Cristóvão de Barros e restante é escravizado, dando início assim a colonização de Sergipe.
A autora mostra-se bem interada no assunto acerca a colonização sergipana e as problemáticas e conflitos dos primeiros habitantes. Enfatizou bem os costumes indígenas e como eles lidavam com a invasão européia em suas terras, mostra também a bravura e a resistência por qual persistiram. Uma obra delicada e sensível, sendo certamente neutra em relação a qualquer interesse e com o intuito certeiro em contribuir para um melhor entendimento histórico de Sergipe.
 Sobre Ilma Fontes, ela e Psiquiatra e Legista trocou a Medicina por Jornalismo, Cinema e Ativismo Cultural. Seu currículo tem diversas páginas de prêmios e atividades em diversas áreas. Livros escritos por Ilma: “Melhor de Três – Roteiros para Cinema” /1987 e “A Fúria da Raça” – Roteiro para Seriado de TV (1997). Escreveu, produziu e dirigiu junto com Yoya Wurch os filmes: “Arcanos (O Jogo)” (1980) e “O Beijo” (1980). Produtora, roteirista e diretora do curta “A Taieira” (1986), do seriado de TV “A Última Semana de Lampião” (1986). Dirigiu o Departamento de Produção da TV Educativa de Sergipe (1984/1987), onde fez inúmeros documentários e direção de cinco programas semanais: TeleSaudade, Primeira Chamada, Som-Vídeo, Aperipê Especial e Forró no Asfalto, além de produzir e dirigir todos os vetes institucionais da TV Aperipê; Prêmio Anchieta de Teatro – Festival Nacional de São Mateus/ES – “A Fina-Flor”, em parceria com Yoya Wurch, com quem roteirizou o filme “Minha Vida em Suas Mãos” – longa-metragem filmado e lançado no Rio/2001, produzido e protagonizado por Maria Zilda Betlhem. Presidente do Conselho Municipal de Cultura (1995), Presidente da Funcaju (1996), Vice-Presidente do Conselho Municipal de Cultura (1997), Membro do Conselho Estadual de Cultura (2001-2005), Membro do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (2003-2004). Prêmio ASI de Direção de Teatro/1995 com a peça “As Criadas”, de Jean Genet. Prêmio Arlequim de Mármore/UFS/1995, Direção de “As Criadas”; Sócia fundadora e Vice-Presidente da AMART – Associação Amigos da Arte, Fundadora/Editora do Jornal O Capital (que circula desde 1991), e que foi considerado “The Best of the World Journal Cultural” pelo IWA/EUA/1995. Senadora da Cultura pelo Congresso da Sociedade de Cultura Latina - Seção Brasil/SP, diplomada em 11 de maio de 2004.
FONTE: http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/obrasdigitais/saciedigpv/08/ilfontes05.php

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